Guerreiros, magos, monstros e cenários fantásticos em Os Portões do Inferno, primeiro livro da série Lendas de Baldúria, de André Gordirro. Vem aí pela Fábrica231, selo da Editora Rocco.
Os Portões do Inferno
Lendas de Baldúria - Livro 1
André Gordirro
Editora Rocco / Fábrica231
ISBN-13: 9788568432273
2015
384 páginas
Guerreiros, magos, monstros, fortalezas, cenários fabulosos e combates sangrentos: a fantasia de Os Portões do Inferno, romance de estreia de André Gordirro e volume inicial da trilogia Lendas de Baldúria, é épica, minuciosa e muito divertida. Tendo à frente um idiossincrático e improvavelmente carismático time de protagonistas – verdadeiros párias que, por acaso, ganham a chance de salvar o mundo –, o livro junta referências históricas e bíblicas a alegorias da sociedade contemporânea e um alto teor de cultura pop. O resultado, com origem direta no RPG, é um bem-vindo cruzamento entre Os doze condenados e O Senhor dos Anéis, capaz de amalgamar a anarquia dos filmes de guerra da década de 1960 e a mitologia fundadora de J.R.R. Tolkien.
Anos atrás, Krispinius e Danyanna realizaram um feito heroico: fecharam os Portões do Inferno. Coroados monarcas da atual Krispínia, tornaram-se as pessoas mais influentes daquela parte do continente e, acima de tudo, os responsáveis por garantir que demônios jamais voltem a caminhar pela superfície. Porém correm rumores do avanço de uma tropa de svaltares – estranhos e temidos elfos das profundezas – em direção aos Portões. Tais relatos, a princípio, não parecem fazer sentido: uma das poucas certezas a respeito desses seres, afinal, é sua vulnerabilidade à luz. O que ninguém imagina, no entanto, é que eles estão dispostos a enfrentar o sol para enfim libertar as trevas.
Enquanto isso, o misterioso Ambrosius reúne seis homens em uma missão para resgatar um rei anão destronado. Os convocados são Baldur, cavaleiro desertor, ferido e sem montaria; Derek Blak, segurança profissional salvo da morte lenta (seria devorado por cães famintos e de dentes gastos); Agnor, feiticeiro expatriado; Kyle, menor infrator; Od-lanor, bardo adamar – espécie antes venerada, hoje em extinção –; e Kalannar, assassino e caçador de recompensas svaltar. Culturas diferentes, raças rivais, temperamentos explosivos – um grupo heterogêneo, aparentemente destinado ao fracasso, mas que acaba cruzando o caminho da glória: são os únicos capazes de impedir a reabertura dos Portões do Inferno.
Como legítimo representante da dark fantasy, tradição avessa a maniqueísmos, Os Portões do Inferno apresenta as primeiras Lendas de Baldúria – ainda há muito território inexplorado na vasta Krispínia. Ao mesmo tempo que exibe um domínio preciso da narrativa aventuresca, lançando mão de um ritmo ágil e constantes reviravoltas, André Gordirro pontua o texto com um senso de humor muito próprio e apurado; não é à toa que tanto Flash Gordon quanto Mortadelo & Salaminho são apontados como algumas de suas principais leituras de formação. Ainda que o romance esteja à altura da melhor literatura fantástica produzida em qualquer parte do planeta, é inegável o gosto do autor pela picardia e pelo deboche, o que o leva a brincar com os próprios clichês do gênero e adiciona ainda mais sabor à obra.
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