30 de julho de 2009

Persuasão - Jane Austen


Persuasão (Persuasion)
Jane Austen



Mais um clássico da literatura inglesa. Um dos meus livros preferidos de cabeceira.

Jane Austen foi uma escritora que relatou com precisão a sociedade de sua época. Mulheres submissas, que deviam casar-se ainda jovens (
entenda-se: em sua adolescência), serem prendadas e possuirem um “dote” considerável além de pertencer à uma família de tradição e vinculada ao círculo social da cidade. Os homens, herdeiros por direito das terras e dos bens da família (fosse da irmã, tias, primas etc) eram donos de pequenas fortunas, e por determinação de sua família e da mentalidade da sociedade da época, desposavam, por vezes, mulheres sem haver amor algum. Isso mesmo, o casamento não era por amor. Era por conveniência da sociedade e acordo entre as famílias.

Há um pouco da própria Jane Austen nos seus livros: a heroína que briga silenciosamente contra os padrões estabelecidos pela sociedade; a rebelde que sofre em silêncio até se sufocar em suas próprias emoções. E é nesse momento de sufocamento que a "rebelde passiva" passa visivelmente a chocar-se com os padrões definidos da sociedade, passando de "modelo de obediência" à "mulher subversiva" num piscar de olhos
.
A própria vida de Jane Austen foi assim. Jane estava além de sua época; e
ra uma observadora sutil do comportamento humano de seu século e se mostrou muito hábil ao elucidar isso em seus livros (um escândalo em seu tempo).

Todas a
s heroínas de Jane são mulheres de temperamento forte, deliciosamente inteligentes e de emoções complexas. A única heroína que aparenta um certo ar de submissão e derrota é Anne Elliot de "Persuasão" - possivelmente por sua própria resignação em se "doar" aos outros em detretimento de seus sentimentos, vontades e sonhos.

Jane Austen acabou se estabelecendo como romancista e passou a viver isoladamente. Nunca se casou, talvez isso justifique os comentários de que amou apenas uma vez na vida, um jovem de nome Tom Lefroy...


Para conhecer um pouco mais de Jane Austen, sugiro também que assistam “Becoming Jane” (“Amor e Inocência” em português ) – um filme que saiu em vídeo este ano e que tem Anne Hathway no papel de Jane Austen e James McAvoy (lindíssimo
e fofíssimo) como Tom Lefroy, o suposto amor de Jane na vida real.

Isso me deu uma idéia! Postarei sobre alguns livros que viraram filme. Parece ser uma
proposta interessante... apesar de que um filme nunca poderá substituir um livro! ;-)

_________

Persuasão - Edição Bilíngue
Autora:
Jane Austen
Editora: Landmark
ISBN: 9788588781337

Origem: Nacional

Ano: 2007

Edição: 1

Número de páginas: 205

Acabamento: Brochura

Formato: Médio



- Descrição:
Jane Austen começou a escrever Persuasão, seu último romance co
mpleto, após ter terminado de escrever Emma, e concluiu-o, em agosto de 1816. O livro foi publicado, postumamente, em 1818 e serviu como base do roteiro sobre o romance dos personagens interpretados por Sandra Bullock e Keanu Reeves, no filme A Casa do Lago, de 2006.
Persuasão, costuma ser associado a outro de seus romances, A Abadia de Northanger, pois além dos dois livros terem sido originalmente publicados em um único volume, ambas as histórias são situadas na cidade de Bath, um balneário termal onde Jane Austen viveu de1801 a 1805.

- Sinopse:
O enredo deste empolgante livro gira em torno dos amores de Anne Elliot qu
e se apaixonara pelo pobre, mas ambicioso jovem oficial da marinha, capitão Frederick Wentworth. A família de Anne não concorda com essa relação e a convence romper seu relacionamento amoroso. Anos após Anne reencontra Frederick, agora cortejando sua amiga e vizinha, Louisa Musgrove.
Persuasão, é amplamente apreciada, pois tem uma simpática história de amor, de trama simples e bem elaborada, e mostra o estilo de narrativa irônica de Jane Austen. Além disto, é original, pelo fato, entre outros motivos, de ser uma das poucas histórias da escritora que não apresenta a heroína em plena juventude. O romance também é um apanágio ao homem de iniciativa, através do personagem do capitão
Frederick Wentworth que parte de uma origem humilde e que alcança influência e status pela força de seus méritos e não através de herança.

_________

Abaixo vai a transcrição da carta do Capitão Frederick Wentworth para Anne Elliot (e um pedacinho do livro também). A primeira vez que a lí, me senti como a verdadeira Anne e não pude deixar de chorar pois um misto de agonia e felicidade dominou todo meu ser. Ao meu ver, foi o ápice desse romance:

"Já não consigo escutar em silêncio. Tenho de lhe falar pelos meios ao meu alcance. Anne transpassa-me a alma. Sinto-me entre a agonia e a esperança. Não me diga que é demasiado tarde, que sentimentos tão preciosos morreram para sempre. Declaro-me novamente a si com um coração que é ainda mais seu do que quando o despedaçou há oito anos e meio. Não diga que o homem esquece mais depressa que a mulher, que o amor dele morre mais cedo. Eu não amei ninguém, se não a ti. Posso ter sido injusto, posso ter sido fraco e rancoroso, mas nunca inconstante. Vim a Bath unicamente por sua causa. Os meus pensamentos e planos são todos para si. Não reparou nisso? Não percebeu dos meus desejos? Se eu tivesse conseguido ler os seus sentimentos, como creio que deve ter decifrado os meus, não teria esperado estes dez dias. Mal consigo escrever. A todo o momento estou a ouvir uma coisa que me emociona. Anne baixa a voz, mas eu consigo ouvir os tons dessa voz, mesmo quando os outros não conseguem. Criatura demasiada boa, demasiada pura! Faz-nos, de fato, justiça, ao acreditar que os homens são capazes de um verdadeiro afeto e uma verdadeira constância. Creia que esta é fervorosa e firme no F. W.
Tenho de ir, inseguro quanto ao meu futuro; mas voltarei, ou seguirei o seu grupo, logo que possível. Uma palavra, um olhar será o suficiente para decidir se irei à casa do seu pai esta noite, ou nunca."

Depois da leitura desta carta, era impossível recompor-se rapidamente. Ao fim de meia hora de solidão e meditação, talvez se tivesse sentido mais calma; mas os dez minutos que decorreram até ser interrompida, juntamente com a necessidade de se conter, não podiam ser suficientes para a acalmar. Pelo contrário, cada momento trazia uma nova onda de agitação. Era uma felicidade esmagadora. E, antes de ter ultrapassado a primeira fase de intensa emoção, chegaram Charles, Mary e Henrietta. A necessidade absoluta de não parecer diferente do habitual produziu uma luta interior imediata; mas, ao fim de algum tempo, já não conseguia fazê-lo. Começou a não compreender uma única palavra do que eles diziam e foi obrigada a alegar que estava indisposta e a pedir desculpa.

_________

- As adaptações para a televi
são:
  • 1960, Reino Unido, dirigida por Campbell Logan;
  • 1971, Reino Unido, dirigida por Howard Baker;
  • 1995, EUA, dirigida por Roger Michell;
  • 2007, EUA, dirigida por Adrian Shergold.

_________


- Aconselho à visitar:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jane_austen

http://www.austen.com/

http://www.pemberley.com/janeinfo/janeinfo.html

http://janeausten.com.br/

_________


Não deixem de ler este livro de Jane.
Sugiro também que assistam a versão da BBC de 1995 (foto logo acima). Ótima!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá! Deixe seu comentário - sempre com bom senso ;-)

Nota: O blog Paixão por Livros não incentiva o download ilegal de livros e nem tampouco envia arquivos e/ou fornece links para tal. Então peço por favor que não utilizem este espaço para solicitar esse tipo de coisa, nem fornecer livros ou sites de download. Qualquer comentário dessa natureza será excluído, assim como propagandas, links pessoais e spam.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...