Filha da Magia (Vol. 3) - Justine Larbalestier

LEITURA DA SEMANA

Este é o terceiro livro da trilogia de Justine Larbalestier.

Depois de um longo e tenebroso inverno, consegui terminar a leitura de Filha da Magia, o terceiro volume da série Magia ou Loucura de Justine Larbalestier. Ufa...

Confesso que comecei ávida e que meu interesse foi esmorecendo lentamente, aos poucos. Foi movida pela curiosidade que continuei. Particularmente gostei, mas esperava um pouco mais. Decepcionei-me com o final do livro, afinal de contas a gente sempre espera que as coisas sejam resolvidas e que tudo acabe no “final feliz”. Apesar da “magia”, a realidade existe. Caí na real: série morna, nota: 7

Filha Da Magia
Série Magia ou Loucura - Volume 3

Autora: Justine Larbalestier


Editora: Galera Record
Assunto: Literatura Infanto-Juvenil
Tradutor: Ricardo Silveira
ISBN: 8501080233
ISBN-13: 9788501080233
1ª Edição - 2009
336 Páginas


- Sinopse:

Há pouco tempo, Razão nem mesmo sabia que existia magia. Mas um antepassado poderoso a transformou em algo jamais visto, e agora ela tem mais poder do que poderia supor. De repente, Razão pode fazer qualquer coisa, ir a qualquer lugar - e viver para sempre. Todo esse poder, porém, tem um preço - sua humanidade. Razão se tornou a única com o poder de salvar seus amigos e familiares. Mas talvez ela já esteja fora de alcance.

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- Na Orelha:

Razão Cansino recebeu esse nome porque sua mãe odiava qualquer coisa que não pudesse ser medida, compreendida ou analisada pelo intelecto. Entretanto, na vida das duas, essa relação não é tão simples assim: Razão é mágica, mas se usar demais seus poderes morrerá jovem. Sua mãe renegou a magia e, por isso, enlouqueceu. Este é o dilema de Razão. A magia ou a loucura.

Há pouco tempo, Razão nem mesmo sabia que existia magia. Mas um antepassado poderoso transformou-a em algo jamais visto, e agora ela tem mais poder do que poderia supor. De repente, Razão pode fazer qualquer coisa, ir a qualquer lugar - e viver para sempre...
Todo esse poder, porém, tem um preço: sua humanidade.
Após a transformação, Razão está começando a se perder na infinitude da magia pura e na calma que este mundo paralelo lhe traz. É um Universo de pontos de luz que brilham de acordo com a quantidade de magia em cada pessoa ou objeto. Neste mundo, Razão protege-se das dúvidas e problemas da vida real e dá-se conta da verdadeira extensão de seus poderes. Agora, essas habilidades são a única esperança de Tom, Jay-Tee, sua mãe e todos os que já sofreram pela magia. Mas talvez Razão já esteja fora de alcance...

Neste terceiro e último volume da série iniciada com Magia ou Loucura, aclamada e premiada estréia de Justine Larbalestier, os mistérios são desvendados e finalmente a verdadeira face da magia é revelada.

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- Na Contra-Capa

Antes de vir para a casa de Esmeralda eu não sabia que magia existia. Agora sei que uma pessoa com magia consegue vir de Sidney para Nova York atravessando uma porta, consegue fazer luz simplesmente com a força do pensamento e fazer aparecer dinheiro do nada, ou ainda confeccionar roupas que só faltam ter vida própria.
Sei também quanto custa essa magia. Se usar demais, você morre. E se usar de menos, enlouquece. É a opção que há: magia ou loucura.
Qual das duas?

"Um retrato vívido e descompromissado da magia e das consequências do poder."
Holly Black, autora de As Crônicas de Spiderwick.

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- Trechos Interessantes:

Tom era comedido, cuidadoso, porque minha avó lhe ensinara e porque sentira o gosto da loucura da forma mais amarga. Melhor viver pouco e são, decidiu, que muito e louco, como sua mãe, como a minha.

(Razão - pag 9)

- Posso tomar um pouco de vinho também? - Jay-Tee perguntou.

- Não.

- Eu quase morri.

- Você só tem 15 anos. A morte não lhe aproximou da idade permitida para beber.

Ela torceu o nariz e reclamou:

- Droga!

(Esmeralda e Jay-Tee - pag 107)

- Sinto muito. - Tom falou. - Nem sei por que não percebemos isso antes. Faz todo o sentido. A navalha de Occam.

- Navalha de quem?

- De Occam. É uma coisa que meu pai sempre fala. A explicação mais óbvia costuma ser a correta.

- É, tudo bem. Danny e Razão fazendo aquilo pode ser a navalha de Occam, mas não quer dizer que seja uma boa idéia. (...)

(Tom e Jay-Tee - pag 199)

Jay-Tee ficou se perguntando se eles voltariam a se beijar. Talvez já tivessem terminado mas não sabiam ainda. Por quanto tempo mais Tom iria querer ser seu namorado agora que ele era permanente-e-para-todo-sempre mágico e ela era permanente-e-para-todo-sempre não mágica? (...)

(Jay-Tee e Tom - pag 313)

- Isso significa que você não quer mais ser minha namorada? - ele perguntou.

Jay-Tee riu.

- Claro que não! Só preciso ter certeza de que você vai enxergar a luz e não vai se perder no caminho do mal.

(Tom e Jay-Tee - pag 318)

A omissão, a terapeuta e eu decidimos, é tão ruim quanto a mentira.

(Razão - pag 321)

Tenho amigos agora, uma família composta de mais gente além de mim e de Sarafina. E embora todos me levem à loucura, não abriria mão deles de forma alguma.

(Razão - pag 324)

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- Minha Resenha e Comentários

Filha da Magia

Neste terceiro livro, Razão tem de amadurecer a duras penas. Tem que lidar com sua gravidez, a quase-morte de Jay-Tee, sua aberrante transformação devido à magia ilimitada de Raul Cansino, a indiferença de Danny, a loucura de Sarafina, a dubiedade de Esmeralda e a ganância de Alexander/Jason Blake.

Ao meu ver, Filha da Magia aborda três temas polêmicos: a maternidade na juventude, a questão de assumir responsabilidades e a ganância pelo poder (no caso, pela magia).

Jason e Esmeralda são personagens mágicos que não se preocupam tanto com sua perspectiva longinqua de vida tanto quanto se preocupam com sua magia – e quanto mais magia, melhor! Isso já é abordado deste o primeiro livro da série. A diferença entre os personagens é que Jason (ou o odioso Alexander) em seu egoísmo e ganância está disposto a sugar toda a magia das mulheres Cansino (ou de qualquer outro Cansino que exista sobre a face da Terra) exaurindo-as até a morte. Já Esmeralda, apesar de tudo, mostra-se mais “sensível” à sua condição “mágica” e à segurança dos que estão a sua volta. Mas claro que quando sabemos que estamos morrendo, entramos em pânico e somos capazes de qualquer coisa que nos permita viver mais alguns momentos, dias, semanas...

Confesso que não esperava que Esmeralda, lá no finalzinho do livro, apesar de tudo fosse mostrar seu lado bom. E, ainda, esperava que Jason (ou o idiota do Alexander, como queiram) fosse lá alguém que tivesse algo de bom a oferecer... mas foi um ledo engano de minha parte. Que mania é essa que temos de esperar o melhor das pessoas, não é? rsrsrs

Sai de cena a “inocente” Razão descrita no início da série e entra a Razão amadurecida e centrada, capaz de tomar iniciativa, escolher e resolver seus próprios problemas (e os dos outros também, digamos de passagem). Nem preciso dizer que Razão é muito mais madura até que sua própria mãe Sarafina, correto?

Decepção 1: Eu esperava mais de Tom e Jay-Tee que durante o terceiro livro se abstiveram da guerra mágica travada entre Esmeralda x Razão x Jason. Entretanto, Jay-Tee mostrou ser uma pessoa melhor quando abriu mão de sua magia para que pudesse sobreviver. Ela mesma percebeu isso e esperava que Tom também percebesse e abrisse mão de sua própria magia – o que não ocorreu.

Decepção 2: Quem é que não gosta de finais felizes, hein? Não havia amor e nem atração entre Razão e Danny; só existia “magia”... Danny, apesar de não “amar” Razão, mostra que tem caráter ao assumir a paternidade. Pelo menos isso para amenizar essa frustração!

Decepção 3: Acabei gostando de Esmeralda e odiando Sarafina só pelo fato dela ter “quase” matado Razão em função de sua ganância cega pela magia. Logo ela que abdicara e negara a existência da magia!!! Horrível! Não estou falando da “magia” que nos permite ter e fazer tudo o que mais sonhamos, mas sim de perdermos a nossa essência. Isso tudo nos mostra como o ser humano é frágil e como pode ser mesquinho.

Em meio a tantas confusões, Razão pareceu-me a única pessoa sensata e equilibrada neste último livro. Logo eu que a achava sem-sal-sem-açúcar... rsrsrs

Resumindo, Razão está grávida e em processo de mudança física em função da magia herdada de Raul Cansino. Nada parece a afetar, e quando os problemas surgem ou a dor lhe é exposta, ela se abriga em seu particular mundo mágico de luzes, mundo este que lhe fora dado pelo velho Cansino: um lugar onde não há dor, só isolamento, boas sensações e... magia. Perfeição? Salvação? Ou uma Maldição? Não tarda muito para Razão descobrir...

Quando Sarafina desaparece do hospício, Esmeralda e Razão iniciam uma busca desenfreada para localizá-la, já sabendo que se depararão com Alexander pelo caminho. E, como eu disse antes, Tom e Jay-Tee parecem indiferentes a esta guerra eminente!

Em meio a tanta ganância pela magia, Razão descobre o real caráter dos que estão à sua volta e no que essa ambição pelo poder pode a tornar. Razão então é posta à prova: ou se livra de sua magia ou a deixa invadir seu ser de uma vez. E ela, na melhor parte do livro, toma a decisão certa.

Mas como todos sabem, certas decisões nos levam à consequências que nem sempre afetam apenas à nós mesmos e nossa frágil realidade, mas também afetam os que estão à nossa volta...

Cabe a você, nesta leitura, descobrir qual foi a decisão dela e depois me responder:

Você faria o mesmo???

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- Saiba Um Pouco Mais Sobre a Série Magia ou Loucura:

Magia ou Loucura - Vol 1
Magia ou Loucura - Vol 1 (resenha)
Lições de Magia - Vol 2
Lições de Magia - Vol 2 (resenha)

Filha da Magia - Vol 3
Filha da Magia - Vol 3 (resenha)