Uma Paixão Por Cultura - Carlos Eduardo Paletta Guedes

LEITURA DA SEMANA

Do pop ao clássico, uma história de amor à arte.

Olá Pessoal!

Esta semana acabei de ler um livro interessante chamado “Uma Paixão Por Cultura”. Não é nenhuma história romântica, nem aventura, nem ficção. Na verdade trata-se de um livro que nos acrescenta alguma coisa literalmente “cultural”.

De uma forma sutil e simples o autor conta a história do advogado Fábio, o protagonista principal, e de Thaís, uma jovem estudante de jornalismo, introduzindo informações culturais e aspectos históricos.

Inusitadamente ganhamos alguma bagagem cultural aprendendo um pouco sobre música clássica e seus compositores, cinema, ópera, grandes autores e discursões interessantes sobre o “gosto pela arte”. Afinal, gosto se discute sim! Só senti falta de uma coisinha: menções à famosos pintores e artistas plásticos. Acho que isso é querer demais, né? Além do mais, com certeza isso renderia vários outros livros...

No meu ponto de vista é uma leitura deliciosa e despretenciosa. Entre uma capítulo e outro surgem os e-mails de Turco, o professor da Universidade, amigo e “tutor” de Fábio nessa empreitada cultural. E esses “e-mails” são as lições de casa de Fábio (e de nós leitores).

Na verdade o livro é apenas um “petisco” para matar temporariamente nossa fome por cultura. Quem quiser saber mais e se aprofundar nos temas, pode usar Uma Paixão Por Cultura como guia.

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Uma Paixão Por Cultura
Autor: Carlos Eduardo Paletta Guedes


Editora: Fundamento
Assunto: Literatura Brasileira - Romances
ISBN: 8576764814
ISBN-13: 9788576764816
1ª Edição - 2009
152 Páginas


- Sinopse:

Apaixonado pela meiga e inteligente Thaís, Fábio precisa provar que é culto e admirador da arte. Nessa trajetória, ele descobre um ranking dos compositores de música clássica, os cem melhores filmes de todos os tempos e os livros indispensáveis.


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- Na Contra-Capa:

O que levaria você a fazer uma revolução na sua vida? Fábio, protagonista de Uma Paixão Por Cultura, teve três motivos para isso: um relacionamento frustrado, um novo amor e... falta de cultura.
O destino é irônico e brinca com Fábio. Depois de ser abandonado pela namorada, que o acusa de ser uma pessoa superficial, ele conhece a linda, meiga e inteligente Thaís e se apaixona por ela. No entanto, para conquistar essa jovem estudante de jornalismo, Fábio precisa provar que é culto admirador de arte – o que está bem longe da verdade.
Ao buscar o conhecimento que poderá aproximá-lo da garota, ele percorre um caminho que o leva até o melhor da literatura, da música, do cinema e das artes plásticas. E isso desperta no rapaz um verdadeiro interesse pelas coisas mais belas já produzidas pelo homem.
Acompanhe Fábio e veja, você também, seu Universo mudar. Depois desta leitura, seu mundo cultural não será mais o mesmo!

Seguindo os passo de Fábio, você encontrará:
* Um ranking com os 50 maiores compositores de música clássica
* As dez óperas de maior sucesso no mundo.
* Os cem melhores filmes de todos os tempos.
* De Shakespeare a Carlos Drummond de Andrade, os livros nacionais e internacionais indispensáveis para sua biblioteca.
* E, como gosto se discute, sim, um ensaio sobre arte e prazer.

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- Trechos interessantes (para refletir):

O livro contém várias citações interessantes. Vale conferir!

Mas quero entender um pouco melhor a peça e saber meu lugar nesse tabuleiro. A vida é muito curta para ser desperdiçada em prazeres que, a partir de hoje, para mim, são passageiros. Agora é deixar o sono vir. Amanhã procuro uma boa lista de livros para começar minhas leituras. Boa noite, travesseiro.

(Fábio – pag 59)

- Acho que existe um ditado russo que diz o seguinte: o mesmo martelo que quebra o vidro molda o aço. (Turco – pag 67)

(Acho que o autor quis dizer que podemos ser moldados culturalmente...)

O fato é que ler, hoje, pressupõe escolher, afinal não há tempo suficiente para ler tudo, ainda que um sortudo vivesse somente para esse fim.

(Turco – pag 74)

(Caramba, eu queria ser sortuda assim...viver só para ler... gostei da idéia!)

Agora, entram as peças, os poemas e romances, todos eles trazendo as perturbações humanas, inclusive a maior delas: o medo da mortalidade (lembre-se: é a busca da imortalidade através da existência eterna na memória da sociedade que forja a criação artística).

(Turco – pag 76)

( Já pensou se pudessemos unir o útil ao agradável: sermos vampiros e vivermos eternamente para ler tudo quanto é livro?!?!?! Agora viajei de vez na maionese... rsrsrs)

“O conhecido é finito, o desconhecido é infinito; intelectualmente, situamo-nos numa ilhota no meio de um infindável oceano de inexplicabilidade. Nosso negócio a cada geração é resgatar um pouco mais de terra. A questão de todas as questões para a humanidade, o problema que jaz sob todos os outros e é mais interessante que qualquer deles, é o da determinação do lugar do homem na Natureza e sua relação com o Cosmo.”

(Thomas H. Huxley – Biólogo / menção no e-mail de Turco, pag 95)

Mas de que adianta? O problema vai conosco, pois ele é parte de quem somos, de nossa experiência. É como a citação que li outro dia na livraria (se não me engano, de Oscar Wilde), ao abrir um volume qualquer na primeira página: “Experiência é o outro nome que damos aos nossos erros.”

(Fábio – pag 112)

Fábio fala: hoje leio Montaigne, Shakespeare, Drummond... e penso em você a toda hora! É como se visse neles a pessoa que me despertou. E o pior é que vc está no passado e não aqui do meu lado... como a Itabira de Drummond, um quadro na parede, mas como dói!!! Nesse mundo de idolatria do eu, da burrice glorificada, do desprezo por tudo o que é culturalmente elevado, achar alguém como vc é tudo o que um homem pode sonhar. Hoje meu coração lateja por sua causa. A dor que essa distância causa em mim é a maior prova do que sinto por você.

(Fábio – pag 115)

Achei lindo esse trecho de Fábio escrevendo no MSN para Thaís. Nota-se visivelmente que o personagem mudou seu comportamento devido a “corrida cultural” que iniciou... agora não tem mais volta!

“Durante toda a nossa vida, enfrentamos decisões penosas, escolhas morais. Algumas delas têm muito peso. A maioria não tem tanto valor assim. Mas definimos a nós mesmos pelas escolhas que fazemos. A verdade, somos feitos da soma total das nossa escolhas.” (...)

(Trecho do filme “Crimes e Pecados” de Woody Allen – prof. Levy – menção na pág. 139)

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- Resenha Básica:

Fábio é um jovem e promissor advogado que é abandonado pela mulher que julgava ser o amor de sua vida. Tudo porque ela o considera um homem sem bagagem cultural, literalmente.

Mas o ponta-pé inicial para a revira-volta na vida de Fábio é Thaís, a jovem estudante de jornalismo. Culta e bonita, Fábio se interessa pela moça e consequentemente, pela cultura que a envolve. Começando como uma forma de conquistar Thaís, Fábio acaba estudando e, mais tarde, se interessando realmente por aspectos culturais. E Turco, professor da Universidade de Thaís e amiguíssimo de Fábio, torna-se seu tutor nessa incursão cultural. Os e-mails que Turco envia para Fábio são deliciosos. Neles, ganhamos um pouquinho de cultura. Listas e mais listas de compositores, filmes e obras literárias nos são passadas de forma singular, numa linguagem simples e direta.

A parte em que Fábio compara sua vida ao “snooze” do rádio-relógio é ótima! Identifiquei-me completamente. Vivemos no "piloto automático"... Até eu parei para pensar... também não quero ser apenas uma peça do sistema sem o mínimo controle sobre meus passos; não quero o snooze como minha tábua de salvação!

Foco...

Além de se apaixonar por Thaís, Fábio se apaixona pela “cultura” . É nesse momento que ele se redescobre. Mas será que isso basta? Será que todo esse tempo ele estava enganando a sí mesmo e à Thaís?

Mais uma vez eu digo: cabe à você descobrir...  ;-)

Adoro música clássica (sou pianista) e fui ao delírio ao ver o ranking dos melhores compositores!

Corre ler!

Bejos,

Vick