15 de junho de 2010

Cartas Marcadas - Victoria Dahl

Cartas Marcadas
Série: Julia
Edição 1582 
Autora: Victoria Dahl

Editora: Nova Cultural
Assunto: Literatura Estrangeira / Romance / Banca 
Lançamento: 3/5/2010


- Sinopse:

Londres, 1844

Pelo amor, sempre vale a pena arriscar...
Criada por um pai nobre, porém degenerado, Emma Jensen nunca imaginou que um dia os jogos de cartas que ela aprendera quando criança seriam sua salvação. Ao se ver precisando desesperadamente de dinheiro, ela assume a identidade fictícia de "Lady Denmore" e passa a enfeitiçar os nobres cavalheiros de Londres, envolvendo-os em jogos de azar. O fato de que damas respeitáveis não jogam não a intimida nem um pouco. Quem a intimida é o irresistível duque de Somerhart, que lhe desperta um desejo profundo e sensual...

O charmoso e atraente duque de Somerhart tem a reputação de mulherengo e farrista incorrigível. Mas ao conhecer a fascinante lady Denmore, ele fica intrigado. Aquela mulher tem um misto de audácia e inocência que o instiga como nenhuma outra o fez até então. Qual será o segredo que lady Denmore esconde? Hart está determinado a descobrir. Antés, porém, ele precisa seduzi-la e fazê-la render-se aos seus mais inconfessáveis desejos...
_______


- Leia Um Trecho interessante:

Capítulo I

Dezembro de 1844

Zona rural próxima a Londres, Inglaterra A nevasca cessara havia pouco, deixando o campo completamente branco. A luz do luar iluminava o jardim do outro lado da janela e fazia Emma Jensen se lembrar de invernos passados longe dali. A neve escondia o gramado e suavizava as pequenas elevações que decoravam o terreno. O silêncio tornava a paisagem ainda mais calma e bucólica.
Ela suspirou. Sentia-se entediada e melancólica. Mas sua vida não era ruim ou, ao menos, algum dia deixaria de ser.
— Lady Denmore!
Ao ouvir o chamado, Emma Denmore postou um sorriso nos lábios e se virou.
— Pedem sua presença no saguão — prosseguiu a voz semiembriagada.
— Por que, sr. Jones? — ela indagou em tom casual.
— Haverá uma corrida na escadaria e querem que a senhora dê a largada.
Concluindo que a distração ajudaria a afastar o tédio, Emma aceitou o braço que o cavalheiro lhe oferecia.
Risadas e vozes soavam no imenso saguão da Casa Wembley. As pessoas ali reunidas fitavam o topo da escadaria,onde Matherton e Osbourne se sentavam sobre bandejas de prata, prestes a deslizar pelos degraus cobertos por um chique tapete persa.
— Aposto cinquenta libras em Osbourne — ela falou em voz alta.
 Todos se calaram e a observaram. Segundos depois, as apostas explodiram. Sorrindo, ela subiu ao topo da escadaria.— Quem dá a largada não pode apostar — alertou um cavalheiro.
Dando de ombros, ela se afastou e abriu espaço para que outra mulher assumisse aquela missão. Se devia desistir de algo, preferia manter o direito de apostar, pois era uma jogadora inveterada.
Minutos depois, um lencinho de seda foi abaixado, dando início à competição. Os dois homens deslizaram escada abaixo, batendo as bandejas ruidosamente contra os degraus.
A brincadeira era perigosa, e todos se calaram diante da possibilidade de um deles se machucar.
Dito e feito! Mais pesado, Osbourne desceu em maior velocidade, perdendo o controle e indo de encontro à parede.
Matherton, por sua vez, ao atingir o chão de mármore do saguão, desequilibrou-se e caiu da bandeja.
A plateia se dispersou instantaneamente, voltando-se às bebidas e aos mexericos que caracterizavam as reuniões daquele gênero. Emma desceu, apressada, e foi verificar se Osbourne não se machucara. Matherton já se afastava, rindo em meio aos outros.
— Está tudo bem, Osbourne?
— Apenas bati o cotovelo.
— Será que não o quebrou?
— Não.
— Que bom! A sra. Osbourne não me perdoaria se soubesse que o encorajei a fazer algo perigoso. Venha, vamos arranjar gelo para colocar na contusão.
— Henry! — soou uma voz feminina em tom repreensivo.
Era a esposa de Osbourne à procura do marido.
— Vou deixá-lo aos cuidados de sua mulher — disse Emma, pretendendo evitar um conflito conjugal.
Ela não havia dado mais que dois passos quando o sr. Jones a tomou pelo braço e a conduziu a um canto afastado.
Então, ele lhe entregou o dinheiro que ela ganhara na aposta: setenta libras! Não era pouco, mas menos do que ela esperava.
O problema era que, como Emma ganhava com frequência, todos seguiam seu palpite. Felizmente, os jogos de mesa garantiam um lucro maior.
Enfiando as cédulas dentro da luva, ela seguiu adiante, sem se importar com o sorriso malicioso de Jones. Antes de chegar à sala de jogos, notou Matherton conversando com a |lguém no final do corredor. Ao vê-la se aproximar, ele a encarou com um sorriso malicioso. Emma preparava-se para cumprimentá- lo quando Matherton deu um passo para o lado. Então ela viu com quem ele conversava. Sentindo o sangue congelar, parou de repente. O cavalheiro que vinha logo atrás lhe
deu um encontrão.
— Sinto muito — desculpou-se ele.
— A culpa foi minha. Não devia ter parado de modo tão brusco — ela murmurou, reconhecendo quem a havia abalroado.
— Almirante Hartford, sabe quem é o cavalheiro que conversa com lorde Matherton? — perguntou, apontando para a dupla no final do corredor.
— O duque de Somerhart. Um solteiro convicto que tem a intenção de jamais se casar.
— Somerhart — ela repetiu, confirmando se tratar de quem achava que fosse. — Obrigada, almirante — agradeceu e foi em direção à sala de descanso em vez de prosseguir para a sala de jogos, pois, caso o fizesse, iria se aproximar de Matherton e Somerhart.
Um duque?, pensou ao se sentar numa poltrona do aposento destinado às damas. Será que ele a tinha visto, que a reconhecera?
— Claro que não — murmurou para si mesma. Afinal, haviam se encontrado já fazia cerca de uma década.
Na ocasião, Emma tinha apenas nove anos. Além disso, o duque certamente não se lembrava mais do incidente.
Contudo, a presença do nobre lhe causava apreensão, pois o sucesso do plano de Emma dependia de que ninguém descobrisse que não era viúva do décimo barão Denmore, e sim sua sobrinha-neta. Se a farsa fosse desvendada, o plano iria por água abaixo. Ela viera a Londres para ganhar dinheiro
dos nobres no jogo, mas partiria em dois meses, antes que o início da temporada trouxesse à cidade os aristocratas provenientes da mesma região que ela. A presença inesperada de Hart a surpreendera e a levara a crer que seria aconselhável encurtar a estada londrina. De qualquer maneira, mais algumas semanas seriam suficientes para fazê-la ganhar no jogo o dinheiro de que necessitava para se retirar de uma vez e realizar o sonho que acalentava.
Menos preocupada, levantou-se e fitou a própria imagem no espelho. Os cabelos agora castanhos eram loiro-escuros quando menina. Naturalmente, seu corpo transformara-se no de uma mulher. Era impossível que ele a houvesse reconhecido!
A imagem daquele homem forte, alto e másculo, ficara gravada em sua mente mesmo após tantos anos.
— Olá, menina — ele dissera ao encontrá-la escondida atrás de um enorme vaso, na casa onde Emma vivia quando criança.
Ela havia deixado o quarto para observar mais uma das festas escandalosas promovidas pelo pai.
— Você deveria estar dormindo.
— Vim ver as pessoas dançando — Emma tinha respondido, hesitante. — Não consigo dormir com o som alto da música.
— Esta festa não é apropriada para uma menina — o cavalheiro afirmara, com os profundos olhos azuis a fitá-la.
— Não deve descer para observar as reuniões de seu pai. Promete que nunca mais tornará a fazê-lo? — Sua voz era suave.
— Mas... alguém entrou em meu quarto ontem à noite.
— Como assim?
— Não sei quem era. Um homem surgiu, beijou-me no rosto e tocou minhas pernas. Agora tenho medo de ficar sozinha lá.
Mesmo sendo menina, Emma notou que o cavalheiro com voz de anjo se abalou ao ouvir aquilo. Preocupado, ele a afagou na face, fazendo-a se retrair. Ao perceber que ela pretendia fugir, ele retirou a mão e sorriu de modo reconfortante.
— Não lhe farei mal. É uma menina bonita e compreendo que certos homens sintam vontade de beijá-la, mas é errado!
Somente um marido deve beijar a esposa, entendeu?
— Sim, senhor.
— Alguém a machucou alguma vez?
Emma meneou a cabeça em negativa.
— Ainda bem. Agora volte para o quarto e tranque a porta.
Dessa vez, ela meneou a cabeça em afirmativa.
— Faça isso sempre que seu pai der uma festa. E não torne a sair do quarto.
Emma concordou antes de subir a escada correndo.
Apesar de não ter seguido o conselho do estranho e de ter tornado a descer para observar as comemorações do pai, Emma jamais esqueceu aquele homem alto, forte e gentil. E naquele momento tornava a encontrá-lo! Um duque. Aliás, um nobre sobre quem ouvira comentários, apesar de não imaginar que se tratasse do homem que havia encontrado naquela noite perdida no tempo. O duque
de Somerhart era notório, mas não pela gentileza.
O fato de ele estar ali a deixava numa situação delicada, pois não poderia passar os próximos dias tentando evitar que se encontrassem. Se o plano dela corria perigo, era necessário saber o quanto antes.
Tomando uma decisão, Emma afastou-se do espelho.
Enfrentaria o “anjo” que lhe dera um bom conselho uma década atrás.
— Ora, a desleal lady Denmore. — Matherton, o dono da mansão, interrompeu a conversa com o duque Somerhart para saudá-la.
Hart a fitou sem dar mostra de reconhecê-la.
— Não sei por que diz isso — Emma falou com um sorriso inocente.
— Porque apostou em outro homem na corrida da escada, e não em mim. Sabe que todos seguem seus palpites — explicou Matherton.
— Apostei em Osbourne para salvaguardar o orgulho do meu amigo. Mas imaginava que ele fosse perder.
— A senhora daria uma excelente diplomata. — Matherton a fez rir.
Somerhart a observava, refletindo que aquela mulher seria capaz de fazer um homem feliz na cama.
— Lady Denmore, permita-me apresentá-la ao duque de Somerhart — prosseguiu Matherton, virando-se para o companheiro.
— Esta mulher adorável é a baronesa Denmore.
Após inclinar a cabeça num cumprimento elegante, o duque ainda não demonstrava reconhecê-la. Aliviada, encarou- o sem receio.
— Prazer em conhecê-lo.
— O prazer é meu, milady. A propósito, pode me chamar de Hart apenas.
— Não desfruta dos privilégios que o título de nobreza lhe proporciona?
— Claro que sim. Decido como os outros podem ou não me chamar — ele esclareceu, arrogante.
— Milady — Matherton os interrompeu. — Estão me esperando para iniciar o jogo. Posso deixá-la aos cuidados do duque?
— Naturalmente — ela concordou. — Mas em breve irei jogar também. Não vou perder a oportunidade de ganhar de tantos cavalheiros.
— Ela é imbatível no baralho — Matherton disse a Hart antes de se afastar.
— Quer que eu a acompanhe até seu marido? — o duque indagou quando se viram a sós.
— Sou viúva. Meu marido, o barão Denmore, faleceu faz algum tempo.
— Sinto muito. — Hart repassou mentalmente a história daquela família.
Ele conhecera o nono barão Denmore, famoso pelo caráter pervertido e por ser um beberrão que organizava festas escandalosas. Ele sabia que o barão havia morrido, mas não imaginava quem herdara o título.
Nesse instante, um criado surgiu oferecendo champanhe.
— Faz tempo que a senhora está em Londres? — perguntou Hart, apanhando duas taças e entregando uma a Emma.
— Alguns dias — ela respondeu, aceitando a bebida.
— Pretende permanecer conosco durante a temporada?
Emma se deu conta do flerte evidente.
— Ficarei mais uns dias. — Ela tomou o champanhe de um só gole e devolveu a taça a Hart. — Obrigada — agradeceu,
ignorando o ar surpreso do duque.
Sem mais delongas, Emma seguiu para a sala de jogos e deixou para trás o nobre perplexo com a desenvoltura da mulher decidida, que apreciava bebidas alcoólicas. O imenso lustre de cristal com dezenas de velas acesas conferia luminosidade intensa à sala de jogos. Com as mãos erguidas à altura do rosto, Emma fitava as cartas que a levariam a ganhar ou perder. Em pé, do lado oposto da sala, o
duque de Somerhart a observava com curiosidade.
Ela dobrou a aposta. Exímia jogadora ganhara as últimas rodadas e seguia adiante buscando lucrar ainda mais.
— O que sabe a respeito de lady Denmore? — Hart perguntou a lorde Marsh, a seu lado.
— É uma mulher tentadora, não acha? — O cavalheiro sorriu. — Desposou o barão Denmore. Ela mal completara dezoito e já era sua esposa. Pouco depois enviuvou.
— Quem a apresentou à sociedade de Londres?
— Ninguém! Chegou em outubro, fora da temporada, trajando luto pela morte do marido. Os Matherton e os Osbourne eram os únicos na cidade, pois ninguém havia retornado das férias de verão. O casal Osbourne simpatizou com a viúva e a transformaram numa espécie de protegida.
Nesse momento, Emma ganhou outra rodada. Satisfeita, levantou-se e caminhou a outra mesa, onde jogavam com dados e baralho. Ao notar sua presença marcante, dois jovens cavalheiros abandonaram o jogo. Decerto, não estavam dispostos a perder dinheiro.
— Lady Denmore aprecia correr riscos no jogo — Marsh acrescentou. — Se se comportar da mesma forma em outros aspectos da vida, então deve ser uma mulher interessante. Notou a boca voluptuosa? Sendo viúva, não é necessário que nos preocupemos com sua honra.
Hart franziu o cenho. Irritava-se quando falavam das mulheres naquele tom pejorativo.
— Vou entrar no jogo — disse Marsh sem fazer caso da expressão de Hart. — Quem sabe ganho da jovem viúva algo mais que dinheiro.
Assim que o lorde se sentou à mesa de Emma, ela ergueu o olhar, notando que Hart a observava. Com ar casual, tornou a mirar as cartas que tinha nas mãos.
Ela parece nervosa, pensou o duque. Será que conhecia a reputação dele e ficava tensa com tal falta de escrúpulos? Um esposo de setenta anos não devia proporcionar uma relação estimulante, sobretudo em se tratando de mulher tão jovem. Aliás, jovem demais talvez até para mim, refletiu
Hart. Ele preferia as viúvas. Experientes sabiam como satisfazer um homem na cama.
Decidiu deixar a sala, percebendo que Emma o observava de soslaio. Ao chegar ao salão principal, fingiu não notar que as pessoas tentavam atrair sua atenção. Um duque milionário era um prêmio que todos almejavam. Fingindo desinteresse, manteve o ar absorto enquanto olhava os casais dançando.
A valsa era executada por uma orquestra de câmara, instalada sobre um tablado a um canto do enorme salão.
— Osbourne — Hart cumprimentou, postando-se ao lado do simpático cavalheiro de meia-idade.
— Somerhart, está hospedado aqui?
— Sim. Lady Matherton me ofereceu um aposento, poupando- me de enfrentar a neve ao voltar à cidade. A propósito, fui apresentado à sua amiga, a viúva Denmore.
— Emma é uma mulher adorável. Suponho que ela esteja na sala de jogos neste exato momento. Adora jogar e é imbatível. Aconselho-o a não desafiá-la, pois poderá perder uma fortuna.
— O senhor chegou a conheceu o barão Denmore? — Hart questionou.
— Fomos amigos há muitos anos, quando nos divertíamos pela cidade antes que me casasse. Depois perdemos contato.
A recente chegada de Emma nos fez saber que ele morreu após herdar o título de barão. Não sei como ela se interessou por um marido de idade tão avançada, mas o coração tem razões que a própria razão desconhece, como se costuma dizer.— É verdade.
— Creio que os dois se deram bem. Quando chegou, Emma conhecia histórias a meu respeito contadas pelo falecido marido. Minha esposa e eu imediatamente simpatizamos com ela. Além de encantadora, é inteligente e perspicaz.
— Concordo com sua opinião, apesar de ela se arriscar nos jogos. Mas não se pode recriminá-la, pois ganha muito dinheiro.
— Ela joga honestamente.
— Eu não quis dizer outra coisa. Sei que o senhor e sua esposa a querem bem.
— Gostamos dela como se fosse nossa filha!
 Para surpresa geral, Emma abandonou o jogo de repente.Ganhara bastante dinheiro e poderia continuar a fazê-lo caso o duque de cabelos escuros lhe saísse da cabeça, deixando de atrapalhar sua concentração.
Ao dirigir-se à sala de música, sentiu-se aliviada por não cruzar com ele. Não estava preparada para tornar a enfrentar o duque que conjugava poder, beleza e mistério. Os olhos azuis eram frios, mas os longos cílios lhe conferiam uma profundidade atraente. A boca convidava às carícias. E a elegância
com que se vestia o destacava entre todos os demais.
O ambiente abafado a desgostou, mas Emma queria saber mais a respeito de Somerhart, e a presença de alguém tão rico e importante era assunto nas rodas de mulheres.
Ela ouvira comentários sobre o homem conhecido por “duque sem coração”. Ele não se envolvia emocionalmente com as mulheres, só as usava para obter satisfação sexual.
Uma imagem bem diferente da que ela trazia dos tempos de menina, quando ele tinha se portado como um anjo. Mesmo fazendo parte de uma das orgias promovidas pelo pai de Emma, ela soubera que ele havia permanecido por pouco tempo, retirando-se após uma discussão com o barão. Hart
o acusara de promover encontros indecentes na casa em que vivia com a filha.
Por algum tempo, a menina alimentara a fantasia de que o “anjo” voltaria para resgatá-la daquele ambiente. Na época, a fantasia parecia possível, mas o tempo provou que não passava de um sonho infantil, pois ele jamais retornou.
Adulta, Emma o enxergava como ele realmente era. Continuava lindo, elegante e bem-educado, mas não era um anjo. Os comentários das mulheres na sala de música confirmavam o que havia escutado a respeito dele em outras ocasiões: tratava-se de um homem frio e arrogante.
Algumas vozes sussurravam coisas piores, chamando-o de perverso, desavergonhado e insaciável. Obviamente, Hart não era um pilar de moralidade e tinha frequentado festas tão escandalosas quanto as ocorridas na casa de Emma no passado.
— O duque deve estar sem amante no momento — opinou lady Sherbourne. — Ele só sai de casa em busca de companhia para a cama. É compreensível que Caroline White o tenha desgostado ao divulgar aquelas cartas de amor...
Emma tinha ouvido falar do episódio das cartas passionais que um certo duque havia enviado à amante, que as tornara públicas, aborrecendo-o profundamente. Será que ele procurava uma nova amante? Tinha flertado com Emma e a seguira ao salão de jogos. Subitamente, uma onda de calor a invadiu. Imaginar-se na cama com um homem daqueles era excitante, contudo tal sensação vinha acompanhada de asco. Ela trazia nas veias o sangue sensual herdado do pai, um aventureiro convicto.
Porém, a convivência em meio às orgias deixara uma herança de certo amargor em Emma em relação aos assuntos libidinosos.
Não seguiria os passos do pai! Jamais se tornaria escrava dos prazeres do corpo.
Erguendo o queixo, resolveu que já ouvira o suficiente e retornou à sala de jogos. Não podia se distrair, pois em poucas semanas partiria de Londres e precisava efetivar o trabalho a que se propusera. Emma tinha um sonho na vida, que era bem diferente daquele dos tempos de criança. Já não esperava que alguém em especial a resgatasse e lhe proporcionasse uma vida melhor!



- Fonte:

2 comentários:

  1. Olá ♥♥♥, quando vc terminar me conta,to
    louca para ler,mais to meia sem tempo!!
    assim que eu poder vou compra-lo...bjs

    e não esquece de me contar se e bom

    ResponderExcluir
  2. Oi Flor!!!
    Esse aqui ainda tá na minha "Wish List". Se ele "aparecer" por aqui, vou devorá-lo e depois te conto.

    Bjsss

    ResponderExcluir

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