Só tenho ouvido coisas boas sobre Cartas de Amor ao Mortos, de Ava Dellaira - e realmente o livro não me decepcionou! É um romance leve, que trata da imperfeição do ser humano, da busca de identidade e o caminho do perdão. Publicação da Seguinte - selo jovem da Companhia das Letras.
@cialetras
@editoraseguinte
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- Por que algumas coisas são mais difíceis de perder que outras?
Natalie respondeu com um tom de "não acredito que você perguntou isso":
- Por causa do amor, claro. Quanto mais se ama alguma coisa, mais difícil é perder.
(Laurel e Natalie - pág. 19)
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Querida Janis Joplin...
Em Cartas de Amor ao Mortos conhecemos a comovente história de Laurel, uma garota que, após a prematura (e até então inexplicada) morte de sua irmã May, se afasta dos amigos, muda de escola e passa a levar uma vida triste e solitária ao lado de seu pai. Entramos na vida de Laurel seis meses após essa tragédia e mergulhamos em seu mundo cheio de incertezas, medo, culpa e mistérios.
Tudo o que Laurel queria era ser igual a sua irmã: linda, popular, feliz, bem resolvida e de certa forma destemida. Mas o destino tratou de separá-las de uma maneira trágica e desde então Laurel se fechou para o mundo e bloqueou as memórias do acidente.
Tudo o que Laurel queria era ser igual a sua irmã: linda, popular, feliz, bem resolvida e de certa forma destemida. Mas o destino tratou de separá-las de uma maneira trágica e desde então Laurel se fechou para o mundo e bloqueou as memórias do acidente.
Havia uma barreira entre mim e o mundo. Parecia uma grande parede de vidro, espessa demais para ser atravessada. Eu poderia fazer novos amigos, mas eles nunca me conheceriam, não de verdade, porque nunca conheceriam minha irmã, a pessoa que eu mais amava no mundo. E nunca saberiam o que eu fiz. Eu precisava aceitar que estava do outro lado de uma parede intransponível. (Laurel - pág. 72)
Sua vida começa a mudar no dia em que sua professora de inglês lhe passa uma estranha tarefa: a de escrever uma carta para alguém. Esta era uma forma de ajudá-la a exteriorizar suas emoções - e trazer à tona o que realmente aconteceu naquela fatídica noite na ponte. Laurel decide então escrever cartas para mortos famosos como Kurt Cobain, River Phoenix, Amelia Earhart... e por aí vai! Misturado a essas cartas, somos arremessados à fragmentos do passado familiar e a convivência quase devocional entre Laurel e May.
Enquanto questiona o fim trágico de suas personalidades queridas, Laurel acaba descobrindo um mundo novo... uma realidade um pouco mais colorida que envolve novos amigos (como o casal "bicho-grilo" Tristan e Hannah) e seu primeiro amor, Sky.
Do outro lado, Laurel tenta a todo custo descobrir mais sobre o misterioso passado de Sky e a razão do seu súbito interesse por ela, uma garota sem atrativos (como ela mesma se julga). Todavia, o que Laurel descobre está fortemente ligado à May, levando-a ao fundo do abismo emocional. Afinal, todos guardam segredos...
Agora Laurel não pode mais fugir de seu passado, da dor e da verdade por trás da morte de sua irmã. É hora dela seguir em frente, traçar seu próprio caminho e exorcizar os fantasmas. O problema é: como?
Enquanto questiona o fim trágico de suas personalidades queridas, Laurel acaba descobrindo um mundo novo... uma realidade um pouco mais colorida que envolve novos amigos (como o casal "bicho-grilo" Tristan e Hannah) e seu primeiro amor, Sky.- Ele é um desses caras que todo mundo sabe quem é, mas ninguém conhece de verdade. De algum jeito, é popular sem ter nenhum amigo. Entrou na escola este ano. Está no terceiro. E é lindo. Eu ficaria com ele. (Hannah - pág 31)Sky é um garoto com um passado negro - e tão problemático como Laurel. Ele estudava na mesma escola de May mas, subitamente, desapareceu do mapa - o que lhe custou a bolsa de estudos e a carreira nos esportes. E agora o que lhe restou foi a fama de bad boy e "maloqueiro". Totalmente oposto de Laurel. Será?
Pela primeira vez em muito, muito tempo, parece que tenho poderes mágicos - aqueles que May me ensinou a usar quando éramos crianças. Com Sky, as coisas assustadoras desaparecem, Andamos pelo bairro depois que escurece, e nossas sombras ficam um sobre a outra, se alongando epla rua. Nós nos beijamos, e sinto que, se minha sombra ficasse dentro da dele, Sky poderia eclipsar tudo o que não quero lembrar. Posso me perder nas coisas que são lindas nele. (Laurel - pág. 110)Na verdade, Sky e Laurel são tão diferentes mas ao mesmo tempo tão iguais. Eles se completam. Difícil de explicar... Sky aos pouco consegue vencer as barreiras de Laurel, tocando em lugares secretos e fazendo vir à tona as lembranças do trágico acidente de sua irmã. A partir desse ponto, o leitor se depara com a visão distorcida de Laurel e uma sucessão de revelações chocantes.
Do outro lado, Laurel tenta a todo custo descobrir mais sobre o misterioso passado de Sky e a razão do seu súbito interesse por ela, uma garota sem atrativos (como ela mesma se julga). Todavia, o que Laurel descobre está fortemente ligado à May, levando-a ao fundo do abismo emocional. Afinal, todos guardam segredos...Explica como Sky me atinge, como chega a pontos que eu nem mesmo sabia que existiam. Como ele toca uma parte de mim que ninguém nunca tocou. Nós dois temos lugares secretos em nós. (Laurel - pág. 166)
Agora Laurel não pode mais fugir de seu passado, da dor e da verdade por trás da morte de sua irmã. É hora dela seguir em frente, traçar seu próprio caminho e exorcizar os fantasmas. O problema é: como?
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Há ecos por toda a parte...
Neste romance sutil o leitor vai se apaixonar logo de cara por Laurel, pela simplicidade de sua alma, pelo amor inabalável que ela ainda nutre por sua irmã. Mas cuidado: há uma realidade complexa (e deveras perversa) por trás de tanta "simplicidade".
May é linda, querida, aluna exemplar e a heroina de sua irmã mais nova Laurel. Ela é perfeita aos olhos de Laurel mas bem no fundo descobrimos que não é exatamente isso... todos temos defeitos, fraquezas e medos. May sempre quis provar algo e isso lhe custou não só sua vida, mas como a felicidade de Laurel e de sua família - antes tão "aparentemente" perfeita. Com os pais separados e a ausência inquietante de May, Laurel vive num limite perigoso entre a dura realidade e a negação.
- Sabe, docinho, existem duas coisas importantes no mundo: estar em perigo e ser salvo. (Tristan - pág. 157)
Em suma, Laurel se culpa pela morte de May - mas o motivo a gente só descobre próximo ao final do livro - e acreditem, é chocante. Entretanto, a autora consegue narrar o fato usando de uma sutileza (ou seria frieza?) quase poética. É como prender a respiração, buscar palavras que não saem e sentir o coração prestes a explodir...
O livro fala de amadurecimento, superação, dor, perda e de seguir em frente. São levantadas questões quanto à abuso e moléstia sexual, sexo, alcoolismo e drogas - mas tudo de uma forma muito sutil.
O livro fala de amadurecimento, superação, dor, perda e de seguir em frente. São levantadas questões quanto à abuso e moléstia sexual, sexo, alcoolismo e drogas - mas tudo de uma forma muito sutil.
A trama me encantou e me surpreendeu (sinceramente não esperava que tomasse o rumo que tomou!). A leitura é deliciosa, fluída e envolvente. Com certeza, esse é um dos livros que já figura na lista das melhores leituras deste ano. Não deixe de conferir!
Quando escrevi as primeiras cartas para vocês, encontrei minha voz. E quando minha voz surgiu, algo respondeu. Não em uma carta. Como uma canção. Como uma história contada na tela do cinema. Uma flor que surge na rachadura da calçada. O voo de uma mariposa. A lua quase cheia.Sei que escrevi cartas para pessoas sem endereço neste mundo. Sei que vocês estão mortos. Mas posso ouvir vocês. Ouço todos vocês. Nós estivemos aqui. Nossa vida teve valor. (Laurel - pág 324)
Vamos ao lado "técnico"... A capa é linda! Tem uma textura aveludada o que confere um charme todo especial.Tem boa diagramação, espaçamento e fonte adequada. Sem falar no show das cartas no meio da narrativa e dos diálogos!
Trilha Sonora
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O Livro
Cartas de Amor aos Mortos
Ava Dellaira
Seguinte
Literatura Estrangeira / Romance / Juvenil
ISBN: 8565765415
2014
344 páginas
Tudo começa com uma tarefa para a escola - escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop... apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor - um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era - encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um - é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.
A Autora
Ava Dellaira é formada pela Universidade de Chicago e mestre pela Iowa Writers’ Workshop. Ela cresceu em Albuquerque, no Novo México, onde passou incontáveis tardes de verão fazendo poções mágicas, lutando contra bruxas más e se divertindo com outras brincadeiras inventadas, que provavelmente contribuíram para que se tornasse uma contadora de histórias. Atualmente vive em Santa Monica, na Califórnia, onde trabalha na indústria cinematográfica e escreve seu segundo romance.













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