Resenha: A Joia (A Cidade Solitária 1) - Amy Ewing

@EditoraLeya

A Joia é o primeiro volume de A Cidade Solitária, série distópica de Amy Ewing - lançamento recente da Leya Brasil. O livro nos conta a história de Violet, uma garota quem nasceu na pobreza mas que, por causa de um raríssimo dom, foi destinada à servir a realeza que vive na Joia. No entanto, a beleza e riqueza da Joia esconde uma realidade fria dominada pela ganancia dos nobres. Lá meninas como elas são compradas para servirem de substitutas, as "incubadoras" dos filhos da realeza. São tratadas como um objeto, sem direito a nada. Nem à falar. Logo Violet descobrirá que as histórias de glamour que contam sobre a Joia não são reais. O lugar é cruel e há muito mais por trás dos muros da realeza do que ninguém jamais imaginou. Agora Violet terá que lutar por sua vida, sua liberdade e por um amor proibido. 

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Hoje é meu último dia como Violet Lasting...

A jovem Violet Lasting foi separada da família quando ainda era muito nova. Ela nasceu no Pântano, o lugar mais pobre e afastado dos muros da Joia, o centro da realeza da Cidade Solitária. Divido em cinco círculos, a Cidade é composta ainda pelo Banco (onde vivem os ricos comerciantes), pela Fumaça (onde ficam as indústrias) e a Fazenda (onde são produzidos os alimentos). Todas são separados por muros e ninguém dos círculos inferiores tem acesso à Joia, a não ser que sejam do Banco ou convidados. Na verdade ninguém sabe o que realmente acontece dentro dos muros glamourosos da Joia...

Durante os últimos quatro anos, Violet e outras garotas como ela viveram isoladas numa espécie de instituto. Lá elas aprenderam a ser submissas, a não questionar as regras da Cidade Solitária, aprenderam a se comportar e a dominar seu dom, algo que todos chamam de Presságios. E é justamente por causa desse "dom" que Violet  já tem seu destino traçado: ela será vendida num leilão e se tornará uma substituta, uma mulher que irá dar a luz a um dos filhos da realeza. Afinal, o sangue real precisa ser mantido mas as mulheres da nobreza são incapazes de engravidar (aí tem toda uma estória por trás). Só quem detém o poder dos Presságios consegue fazer com que os fetos sobrevivam. Resumindo, as substitutas são incubadoras ambulantes e a realeza precisa delas para que sua linhagem se mantenha no poder.

Para essas jovens, as promessas de riqueza e de uma boa vida na Joia são irresistíveis. Algumas esperam ansiosamente se tornarem substitutas; outras, como Violet e sua melhor amiga Raven (a rebelde) não têm tanta certeza de que a vida por lá será assim tão "maravilhosa e fácil".

Violet não queria ter nascido uma "substituta". Ela sabe que ao se tornar a propriedade de uma nobre, ela se anulará por completo. Não poderá escolher suas roupas, andar sozinha, ter opinião própria, falar e nem mesmo rever sua família. Nunca mais.

Sinto vontade de rasgar com as unhas a toalha de renda sobre a mesa. Ela fala como se devêssemos estar honradas, como se tivéssemos escolha. Não quero ter o filho de ninguém, nem da Eleitora, nem de outra pessoa. Não quero ser vendida amanhã. (Violet - pág. 12)

Mas não há o que fazer. E assim, em vestidos deslumbrantes e escoltadas por guardas, Violet, Raven e a outras meninas seguem para o disputado leilão. A partir de agora, Violet será tratada apenas como "lote 197", um dos mais preciosos e disputados. Sua identidade não existe mais. Ela é apenas um "substituta", uma "barriga de aluguel", alguém que será invisível, subjugada e submetida às vontades de sua futura dona. Ela será tratada como parte da mobília, ou pior, como um animal de estimação.

Os ramos sobrem e se espalham, destruindo mais prateleiras. Um espelho estilhaça, um quadro é ragado e arrancado da parede, parte da moldura é esmagada, livros são arremessados ao chão. Pela primeira vez, não quero que o Presságio termine. Quero botar todo este lugar abaixo. Minha raiva injetou na planta uma vida nova, mais forte, e tenho a sensação de que minha cabeça está pegando fogo, cada fio de cabelo vibrando com a energia. (Violet - pág. 120)

Comprada no leilão pela Duquesa do Lago, Violet descobre rapidamente que além da beleza e riqueza da Joia há um mundo de ganância, poder, manipulação, violência e muitos mistérios. A impassível Duquesa do Lago, assim como as demais mulheres de seu círculo, são pessoas cruéis, egoístas e ardilosas. Elas farão de tudo para que suas substitutas gerem uma herdeira e que esta se transforme na próxima Eleitora, a mulher que comandará a Cidade Solitária.

Neste universo distópico e hostil, Violet irá descobrir as verdades escondidas por trás da luxuosa fachada da Joia e tentará sobreviver às maldades da Duquesa e aos inimigos ocultos.
Ela encontrará forças na presença de Ash, um garoto lindo e sensível que, assim como ela, é mais uma peça de "negociação" da nobreza. Só que esse amor proibido terá um preço muito alto. Para os dois e para o futuro da Cidade Solitária.

Ele puxa meu pulso, o suficiente para aproximar seu rosto do meu. De repente tenho consciência da sua força física.
- Você não sabe. - A voz dele é um grunhido. - Fala como se eu estivesse acostumado ao que nós... ao que pensei que tivéssemos. Sexo, ah, sim, eu sei sobre isso, e luxúria, mentiras e traição. Mas isto? - E aperta meu pulso com mais força. - Arrisco minha vida cada vez que estou com você. Entende isso? Se formos pegos, eu serei executado. (Ash e Violet - pág. 204)

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Um: ver o objeto como é. 

Dois: ver o objeto em sua mente. 

Três: submetê-lo à sua vontade.

O que falar de A Joia? Não sei. Sinceramente. A trama é tão intrincada, cheia de personagens ambíguos e cenários desoladores, que me vi o tempo todo com o coração nas mãos. Tem uma porção de informações que vão surgindo no decorrer da narrativa incluindo flashes do passado de alguns personagens. Não dá para definir logo de cara quem é "amigo ou inimigo?". Afff....

Desde o começo, Violet não quis ser uma substituta e nem se deu conta do tamanho poder que tem nas mãos. E tampouco fez alguma coisa para mudar sua situação. Só quando a dura realidade da vida na Joia e a perspectiva de ter um filho que ela não quer vêm à tona, aí é que a ficha dela cai. É também nesse momento que o leitor deixa de ser um espectador empurrado pelos acontecimentos e passa a viver na expectativa da fuga. Violet é frágil e forte ao mesmo tempo, tem um coração bom mas talvez seja um pouco ingênua - pelo menos por enquanto.

Ash, seu par romântico, é um personagem que ainda não me convenceu. Não sei... ele é fofo, se arrisca por ela, mas desde o começo estou com o pé atrás com ele.

Existem personagens secundários incríveis como Lucien, o "dama de companhia" da atual Eleitora, a arqui-inimiga da Duquesa do Lago; a doce Annabelle, a garota muda que é a dama de companhia de Violet; e Raven, sua leal amiga. No decorrer da história vamos conhecendo um pouco mais de cada um deles e acabamos nos apegando. Inclusive ao filho fanfarrão da Duquesa, Garnet, o ovelha negra da sociedade (sei não...).  

Intenso, fascinante e revoltante (no bom sentido, afinal estamos falando de um mundo distópico), a trama promete pegar fogo. Ou melhor, é Violet que promete botar fogo na Joia e em quem se meter no seu caminho. E olha que ela terá razões de sobra para lutar... Não é só sua vida que está em jogo: é todo sistema da Cidade Solitária.

Se ele está tentando derrubar a realeza, quero participar. E não apenas inda para a zona de segurança na Fazenda. A Duquesa merece saber como é a sensação de estar do outro lado da coleira. (Violet - pág. 202)

Li A Joia no formato e-book (não é o meu preferido, mas dá pro gasto). A capa é linda e sugere exatamente o universo de Violet: um diamante bruto, solitário e aprisionado. A trama é narrada em primeira pessoa,  envolve o leitor e está cheia de reviravoltas - aposto que vocês vão roer as unhas!
E prepare-se! Tem um tremendo "cliffhanger" que só serviu para me deixar ainda mais ansiosa pela continuação.

Moral da história: Leia!

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- O Livro

A Joia

A Cidade Solitária - livro1

Amy Ewing

Leya Brasil

Literatura Estrangeira / Romance / Ficção / Distopia

ISBN 9788544101841

2015

352 páginas

VIVER COM A REALEZA PODE NÃO SER TÃO NOBRE E GLAMOUROSO QUANTO PARECE...

Joias significam riqueza, são sinônimo de encanto. A Joia é a própria realeza. Para garotas como Violet, no entanto, a Joia quer dizer uma vida de servidão. Violet nasceu e cresceu no Pântano, um dos cinco círculos da Cidade Solitária.

Amy Ewing

Por ser fértil, Violet é especial, tendo sido separada de sua família ainda criança para ser treinada durante anos a fim de servir aos membros da realeza. Agora, aos dezesseis anos, ela finalmente partirá para a Joia, onde iniciará sua vida como substituta. Mas, aos poucos, Violet descobrirá a crueldade por trás de toda a beleza reluzente… e terá que lutar por sua própria sobrevivência.

Quando uma improvável amizade oferece a Violet uma saída que ela jamais achou ser possível, ela irá se agarrar à esperança de uma vida melhor. Mas uma linda e intensa paixão pode colocar tudo em risco…

Em seu livro de estreia, Amy Ewing cria uma rede de intrigas e reviravoltas na qual os ricos e poderosos estão mais envolvidos do que se possa imaginar, e onde o desejo por saber o destino de Violet manterá o leitor envolvido até a última página.

Série - Jewel

0.5 The Wishing Well (The Lone City) - conto

1. The Jewel (2014) - A Joia

2. Raven's Story / The House of The Stone (1.5) (2015)

3. The White Rose (2015)

Capas Estrangeiras

Book trailer da Harper Teen

https://www.youtube.com/watch?v=61vzkhFVKuM&t=22