5 de abril de 2010

Paixões Sombrias (O Homem do Manto Negro / A Fera) - Eve Silver e Deborah Raleigh

É hora de um romance sobrenatural de banca, um tema que vem ganhando "espaço" nas revistarias e bancas.
Em "Paixões Sombrias" temos duas histórias: "O Manto Negro" de Eve Silver (confira um trecho deste livro no final deste post) e "A Fera" de Deborah Raleigh.

Paixões Sombrias
Autoras: Eve Silver e Deborah Raleigh

Editora: Nova Cultural
Série: Bianca
Edição: 892 


- Sinopses:


O Homem do Manto Negro
Autora: Eve Silver
  
Londres, 1839

Dedicada ao seu trabalho no Hospital King's College, Sarah Lowell fica chocada ao descobrir que alguém... ou alguma coisa... está matando os pacientes terminais, drenando todo o sangue de seus corpos. Killian Thayne, um enigmático cirurgião, oferece proteção a Sarah, porém sua presença sensual e perturbadora representa outro tipo de perigo, impelindo-a a arriscar tudo pelo esplendor de seu abraço eterno...

___


A Fera
Autora: Deborah Raleigh

Escócia, 1670

Em vingança pela maldição que o condenou às trevas, a criatura conhecida como Fera MacDonnell exige para si a filha mais velha de cada geração. E a irmã de Isobella está prestes a sofrer este trágico destino, a menos que Isobella consiga salvá-la. Destemida, ela se prepara para enfrentar a Fera, mas em lugar de um monstro, encontra algo inesperado: um homem belo e atraente, com olhos prateados hipinotizantes e tentadores...

________

- Trecho:



O Homem do Manto Negro
Autora: Eve Silver


Estranhos acontecimentos...

Sarah trabalha como auxiliar de enfermagem num hospital de pessoas carentes, e fica intrigada quando alguns pacientes começam a morrer em circunstâncias estranhas. Ela suspeita de que o misterioso cirurgião, Killian Thayne, esteja envolvido nessas mortes, embora ao mesmo tempo se sinta profundamente atraída por ele. Mal sabia ela das revelações e surpresas que a aguardavam...

Capítulo I

Londres, 3 de novembro de 1839

Uma garoa fina e um denso nevoeiro cercavam Sarah Lowell como uma mortalha, umedecendolhe
as roupas e os cabelos. O solado das botas batia no chão de pedras, em passadas seguras e rápidas, e seu coração acompanhava o ritmo dos passos conforme ela avançava por becos escuros e ruas estreitas, passando por fileiras de janelas quebradas e remendadas com tábuas.
Aquela era uma rota perigosa, que parecia ainda mais temerária por causa dos derradeiros momentos de escuridão que precediam a aurora. 
Sarah dividia a atenção entre o caminho adiante e o que ficava para trás, no nevoeiro. Por baixo do manto, segurava um bastão, pronta para se defender. Nunca deixava a pensão de Coptic Street sem ele. E por um bom motivo: aquele não era o lugar ideal para uma mulher sozinha viver, mas ela não tinha escolha.
Sua única alternativa era recorrer ao bastão. Não tinha dinheiro nem predisposição para usar uma pistola, e descartara a ideia de usar um punhal. Rezava para nunca se ver numa circunstância em que fosse obrigada a fazer uso do bastão.
Um ponto a seu favor era que um agressor jamais imaginaria que uma mulher de estrutura tão delicada conseguisse se defender; mas também, ele não teria como saber que ela exercitara os músculos levantando e virando os pacientes para seu pai. Os olhos castanhos e os cabelos presos num coque firme davam uma falsa impressão. O pai sempre lhe dissera que era ela forte, tanto fisicamente quanto em caráter. Como desejava que a morte do pai e a inesperada reviravolta em sua vida não tivessem ocorrido para provar que ele tinha razão!
Um som abafado à esquerda chamou sua atenção e ela olhou de esguelha para o beco ao lado de uma loja escura. Com o coração batendo na garganta, viu um homem gemer e tropeçar em sua direção, amparando-se na parede. Embriagado, ele levou a mão ao botão da calça.
Sarah virou-se e continuou a caminhar depressa.
O frio seria suficiente para fazê-la tiritar, mas ela sabia que o nervosismo era o maior responsável por estar tremendo. Na maioria das noites, ao voltar para casa, sentia olhares acompanhando seu  progresso pelas ruas escuras.
Agora, momentos antes do alvorecer, não era muito diferente. Sentia-se perseguida. Nunca via ninguém, ainda que olhasse por sobre os ombros continuamente e encontrasse a rua deserta atrás de si. 
— Quase lá... — murmurou com outra espiadela para a rua. Não ousava baixar a guarda nem por um segundo. Seu destino era o Hospital King’s College, no antigo prédio St. Clement Danes, em Portugal Street.
Havia rumores acerca de um novo prédio, mas nomomento os cento e vinte leitos abarrotavam as alas hospitalares oferecidas aos desprovidos. Ninguém de posses jamais colocaria os pés em King’s College por livre escolha. Os ricos costumavam ser tratados em casa e, por isso, tinham maiores chances de sobrevivência. Os pobres, contudo, não tinham alternativa a não ser ir até King’s College e acabar morrendo lá.
Havia quem argumentasse que essas pessoas morreriam de qualquer maneira, e que o hospital ainda oferecia alguma esperança, mesmo que diminuta. 
Sarah estava inclinada a acreditar nisso, visto que conseguiam salvar alguns poucos.
Ainda assim, ela considerava uma sinistra coincidência que o hospital estivesse localizado entre um cemitério e um abatedouro. Era sua opinião que alguns médicos e cirurgiões seriam mais bem-vindos nesses outros dois lugares. Pelo menos ali, a morte já era esperada.
Sentiu um novo arrepio percorrer-lhe a espinha ao espiar na direção do cemitério. Podia jurar que tinha visto uma figura num manto negro espreitando nas sombras. As garras geladas do medo agarraram sua alma.
Embora se sentisse observada, aquela era somente a segunda vez que uma forma se materializava.
Isto, se é que realmente havia se materializado. Ela tornou a olhar, mas não tinha mais certeza de que o que via não passava de uma sombra em forma de um homem.
Mesmo assim, tinha de se precaver. Sarah havia saído mais cedo de casa, naquela manhã, para o seu turno. Se tinha algo de que ela não gostava era rotina. E pretendia alternar outra vez no dia seguinte.
Chegando à segurança do hospital, seguiu direto para a sala da enfermagem, onde se livrou do manto
molhado. Em seguida foi para a ala feminina, onde queria examinar uma paciente, uma mulher tão doente que fazia dois dias que não conseguia comer nem beber nada.
Sarah tinha esperança de que a pobre mulher estivesse se sentindo mais disposta, embora soubesse que isso era bastante improvável.
Pouco antes de entrar na enfermaria, ela parou, no corredor. A única iluminação ali era a luz fraca que se infiltrava pelas vidraças sujas das janelas. O silêncio era quebrado apenas por algumas pacientes que mudavam de posição, nos leitos, e gemidos lúgubres, uns mais baixos, outros mais altos. Seguindo em frente, ela entrou, respirando superficialmente. Não importava o quanto de cal fosse aplicado nas paredes, nem a quantidade de sabão usada na limpeza do chão, o cheiro, uma mistura de sangue, suor e amônia de urina, jamais ia embora. Aquele lugar estaria para sempre impregnado com os vestígios da degradação humana.
Ela passeou os olhos pelos leitos. Estavam todos ocupados, alguns, até, compartilhados por duas pacientes, deitadas num espaço onde só deveria estar uma. No canto, estava o leito que procurava.
Sarah parou por um momento, surpresa, antes de prosseguir. Ao lado da cama estava um homem vestido de preto, sentado num banquinho. O braço pálido da paciente, seguro pelo homem, contrastava com o casaco negro.
Como se pressentisse sua presença, o homem levantou o rosto. Ela mal conseguiu divisar as feições, tão envolto ele estava na escuridão.
— Srta. Lowell. — A voz grave atravessou o cômodo.
Apesar de não conseguir ver o rosto, ela sabia  a quem pertencia aquela voz. Killian Thayne.
— Sr. Thayne — cumprimentou-o, sentindo a pulsação acelerar.
Nenhum dos dois disse mais nada, e Sarah permaneceu onde estava, imóvel, estranhamente  paralisada com a visão do braço pálido em contraste com o vulto negro.
Um gemido atrás dela a arrancou daquela espécie de transe. Uma das pacientes pedia água. Olhando ao redor, Sarah viu que a enfermeira da noite estava adormecida perto da lareira. Só conseguiu sentir pena, pois sabia que a mulher era viúva, com três filhos para criar. Trabalhava o dia inteiro e fazia horas extras à noite no hospital, pagando a uma vizinha para que tomasse conta das crianças.
Depois de atender ao pedido da paciente, Sarah virou-se na direção do sr. Thayne. Os médicos formados nas universidades eram chamados de “doutor”, e os cirurgiões em treinamento de “senhor”. Havia uma clara distinção entre os dois grupos, não só em King’s College, mas em todos os hospitais.
Ele já não estava lá, e a paciente dormia, a cabeça tombada para um lado e o braço estendido para o outro.
Outra paciente a chamou, e Sarah hesitou, incomodada com alguma coisa, um pressentimento desconfortável. Chegou a dar um passo na direção da paciente que o sr. Thayne acabara de atender, mas acabou decidindo que não poderia fazer nada que o cirurgião já não tivesse feito. Além do mais, a mulher dormia tranquilamente; não havia razão para perturbá-la.
A paciente atrás dela chamou outra vez, insistente.
Sarah se aproximou do leito, ofereceu-lhe um copo de água e depois, reparando na hora,  encaminhou-se para a ala de tratamento intensivo. Foi somente algumas horas mais tarde que ela ficou sabendo que a paciente do canto havia falecido nas primeiras horas da manhã, conforme o relato da enfermeira do turno da noite, que a percebera morta ao acordar de seu cochilo.
Havia rumores de que o pulso da paciente apresentava um ferimento estranho, que produzira apenas uma insignificante gotícula de sangue, marcada no lençol. Simon, chefe dos cirurgiões, concluiu que a mulher tinha se machucado numa ponta afiada da armação da cama, e, de fato, havia ali uma nódoa de sangue que podia comprovar isso. 
Ao longo de todo aquele dia, entretanto, Sarah não conseguiu se livrar da imagem de Killian Thayne, envolto na escuridão, com a cabeça inclinada sobre a paciente, e do braço da mulher, tão branco em comparação com a roupa escura dele.

O sino tocou — uma, duas, três vezes —, um som solene e sinistro que ecoava pelas paredes antigas de gesso esfarelado e pelas tábuas estragadas do piso.
Duas semanas haviam se passado desde que a  mulher tinha morrido na ala feminina da enfermaria, com um ferimento no pulso. Sarah pousou os olhos no leito do canto. Outra paciente estava ali, gemendo baixinho.
Um calafrio percorreu sua espinha ao som do sino, que não tocava para dar as horas, mas para convocar os atendentes. Ela já devia ter se acostumado àquilo e aprendido a controlar suas emoções contra o horror e a desesperança. Mas não se acostumara. Segundos depois, passos apressados soaram no corredor. Ao chamado, eles se aproximavam correndo, homens parrudos e fortes, em seus jalecos manchados.
Os atendentes. Os passos deles ecoavam, pesados e ameaçadores, pelas paredes e pelas portas fechadas, ao longo do corredor sombrio em direção à ala de tratamento intensivo, como num presságio agourento. 
Sarah fechou os olhos e imaginou, horrorizada, a cena que se seguiria. Os atendentes segurariam o paciente enquanto o cirurgião agiria com rapidez, usando facas bem afiadas e apertando as ataduras. Mas nada disso impedia os gritos, as lágrimas, as súplicas. E todo esse sofrimento ainda não era uma garantia de que, dali a dois ou três dias, o paciente não viesse a morrer.
Respirando fundo, Sarah abriu os olhos e tentou se concentrar em sua tarefa. Distribuiu em tigelas o mingau de aveia que estava num caldeirão no chão, e enfileirou-as na bandeja que se encontrava sobre a mesa quadrada a seu lado. A fumaça que se erguia das tigelas trazia um aroma amargo, como se o mingau tivesse cozinhado numa chama quente demais, ou além do tempo, e queimado o fundo da panela.
Mais um cheiro desagradável para juntar-se aos que já existiam ali.
A pouca claridade que passava pelas janelas era obscurecida pela sujeira das vidraças. Havia pulgas nas camas, e baratas andando pelas paredes e pelo chão. Poucos dias antes, a enfermeira-chefe comentara que o hospital precisava urgentemente contratar um exterminador de pragas, mas todos sabiam que não havia verba disponível para isso. As condições do hospital eram precárias.
Ao voltar a atenção para a tarefa que tinha em mãos, Sarah sentiu os pelos da nuca se eriçarem. Ela não tinha certeza se ouvira alguma coisa, ou se fora só impressão. Parou o que estava fazendo e olhou ao redor, alerta, porém não viu nada alarmante. Não havia perigo ali, somente dor e sofrimento.
Ao virar o rosto, teve um vislumbre de uma figura vestida de preto passando no corredor. Os ombros largos, as pernas longas e os cabelos loiros amarrados na altura da nuca foram o suficiente para que ela reconhecesse a pessoa.
Sarah sentiu uma espécie de farfalhar no estômago, uma sensação que nada tinha a ver com o desconforto anterior e tudo a ver com o cirurgião.
Inclinou a cabeça para trás, tentando vê-lo mais um pouco, mas ele já havia desaparecido, deixando para trás apenas o eco de suas botas no assoalho gasto. Ela olhou ao redor do recinto para ver se alguma das enfermeiras tinha notado seu interesse. 
Thayne era um mistério. Um homem reservado, que preferia a noite e as sombras à luz do dia, e a  companhia dos livros à de seus colegas. Ela o considerava fascinante e assustador.
A sra. Bayley, uma viúva que trabalhava no turno do dia, se aproximou. Pegou a pesada bandeja e disse: 
— Há três na lista hoje. — Fez um gesto na direção da ala de tratamento intensivo. — Que Deus os abençoe.
— Três? — Sarah perguntou, conforme avançavam entre as fileiras dos leitos. Sabia de duas cirurgias marcadas por Simon.
— Sim. O pobre sr. Scully não está nada bem. A bolha no toco da perna estourou, e ele teve febre a noite inteira. O sr. Frank quer cortar o resto da perna até o quadril.
— Até o quadril?! — Sarah repetiu.
Uma amputação tão grande representava muitos riscos. Na semana anterior o paciente sofrera uma amputação acima do joelho e mal resistira. Tal intervenção o mataria, por certo.
— É lamentável que eles tenham de fazer esse trabalho horrível em plena enfermaria — observou a sra. Bayley, parando para que Sarah servisse as pacientes.
— Minha irmã esteve internada no St. Thomas por causa da cólera. Já se recuperou, graças a Deus... Sabia que lá eles têm salas de operação?
— É verdade? — Sarah perguntou, surpresa.
Uma sala de cirurgia era um grande progresso, em sua opinião.
Infelizmente, em King’s College as cirurgias eram feitas na própria enfermaria de tratamento intensivo, os aprendizes observando e os demais pacientes ouvindo, já que somente um biombo os separava.
Aquela situação era extremamente frustrante, pensou, enquanto tomava nota mental de quais pacientes não conseguiam se alimentar sozinhas a fim de retornar mais tarde e ajudá-las. Ela era uma das enfermeiras do dia, na prática, uma criada encarregada da limpeza e de servir as refeições. A enfermeirachefe e as freiras se ocupavam diretamente dos cuidados com os pacientes. Nas cirurgias, os aprendizes eram convocados a ajudar, quando um caso se mostrava mais complicado. Ela, entretanto, frustrava-se por não lhe permitirem mais, ainda que fosse capaz e estivesse disposta.
Certo dia, semanas antes, tinha se armado de coragem e pedido que lhe designassem tarefas de maior responsabilidade. Trabalhara praticamente a vida inteira ao lado do pai, tanto em cirurgias quanto em chamados em casa. O treinamento recebido não merecia ser desperdiçado.
A administração, contudo, lembrou-a de que devia se sentir grata pelo emprego, já que sua presença fora aceita unicamente em memória do pai, um médico de grande prestígio e reputação.
— Posso terminar sozinha, srta. Lowell — a sra.  Bayley ofereceu, quando a bandeja já tinha sido esvaziada duas vezes e restavam poucas pacientes a ser auxiliadas. — Pode ir para a ala de tratamento intensivo.
Sarah mal havia cruzado as portas quando ouviu vozes alteradas vindo da outra enfermaria.
— Em minha opinião, devemos cortar no meio da coxa — dizia Simon. — Podemos fazer isso agora de manhã, antes de cuidarmos dos outros dois casos. Parando na soleira, ela relanceou o olhar para o grupo reunido em volta do leito do sr. Scully, que tinha sido levado para ali na semana anterior, com a tíbia e a fíbula fraturadas numa queda. A fratura era exposta, o que tornava o quadro mais grave por predispor o paciente a infecções. Depois de dois dias, de fato, a perna do pobre homem estava infeccionada, restando dois caminhos: amputação ou morte. Ele escolhera a primeira, e Simon cerrara o membro acima do joelho.
Por alguns dias o paciente pareceu estar se recuperando, então os olhos mostraram-se vítreos, a pele avermelhada e quente, e marcas vermelhas começaram a subir pela coxa. Sarah já se deparara com esses sinais inúmeras vezes, para ter esperanças de um final feliz. — E em minha opinião devemos tentar uma amputação maior, logo abaixo do quadril — insistia Frank. — Não sente o cheiro? O que temos aqui é uma gangrena violenta, que subirá cada vez mais no tecido saudável.
Houve comentários de concordância entre os homens que estavam sempre ao lado desse cirurgião.
Sarah manteve-se ao largo, ouvindo a discussão enquanto começava a distribuir o mingau daquela ala.
O grupo continuava discutindo, e ela não pôde deixar de reparar na dissonância em aparência entre os cirurgiões: Frank mais parecia um pavão, em vestes vistosas apesar da barriga saliente; Simon, alto e elegante, estava sempre vestido com sobriedade. Ao lado dele estava um aprendiz, o único que trajava avental sobre o casaco; se para proteger a própria roupa, ou para não levar micróbios das ruas para os pacientes, Sarah não sabia.
Enquanto os cirurgiões debatiam entre si, ela pousou a concha de mingau e se aproximou para dar uma olhada no paciente. Ele respirava superficialmentee tinha o rosto avermelhado. Não duvidava de que o pulso estivesse acelerado. O cheiro vindo da cicatriz do toco da perna era nauseante, e havia pus nas bandagens.
O paciente ergueu-se sobre o cotovelo para olhar de um cirurgião para o outro, o corpo trêmulo e os lábios se mexendo, ainda que a voz não fosse audível. Sarah perguntou-se se ele estaria consciente e se entendia o que os outros discutiam, ou se estaria delirando. Pelo canto do olho, viu os atendentes preparando a mesa de cirurgia. Quantas vezes ficara ao lado do pai, oferecendo os instrumentos cirúrgicos necessários sem que ele sequer os pedisse? Aprendera a fazer torniquetes, ataduras, e até mesmo a cortar a pele nos ângulos certos para permitir uma melhor cicatrização.
Claro que nunca operara, mas trabalhara ao lado do pai durante anos, sem se importar com o sangue e a sujeira, estando lá porque ele precisava de seu auxílio.
E então, de repente, ele partira. Morto. Deixara-a sozinha e desamparada, forçada a aceitar uma colocação no King’s College porque nenhum outro emprego lhe era possível. Não a menos que quisesse se recostar em um dos inúmeros postes das tavernas do Seven Dials.
http://www.romancesnovacultural.com.br/site2/oquesao_x.asp?codlivros=985#

3 comentários:

  1. hummmmm..me parece um otimo livro amo livro de Barquinha..tenho vários,Júlia,sabrina,bianca.jessica e diana Palmer esse livros são viciantes sempre compor..adoro vou ver se acho esse pra mim ler...haaaa e a foto do vampiro com a moça e de quebrar as pernas adoreiiiiiii...

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  2. Tb gostei bastante da sinopse desse livro.
    Vampiros são minha perdição!!! rsrsrs

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  3. haaaaa...amiga nem me fale ja li tantos livros de vampiros que acho que daqui algum tempo vou virar uma também..rsrsrsr...bjs
    a e concerteza vou passar aqui todo dia

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